“Alguns homens vêem as coisas como são e perguntam por quê? Eu sonho com as coisas que nunca existiram e pergunto por que não?”
por Thiago Turini Alves Pinto
“Administrador de Futuro” Roosevelt
No Google, resultados de aproximadamente 3.260.000 para empreendedor
No Wikipédia, guias, direções, teorias, caminhos, características, perfis, orientações .
Até quando se irá generalizar um perfil de um empreendedor? Adotar uma teoria de sucesso para esse? Será que as milhões de pesquisas no google já não indicam que o empreendedor tem um perfil natural, mas que não foi buscado por ele e este sim havia deparado com certos comportamentos similares? A visível diferença do administrador em relação as outras carreiras é que suas rotinas, seus estudos que lidam teorias e exemplos de sucessos facilitam o perceber que alguns perfis conseguem se aproximar do próprio. Mas analogicamente é como ler um guia para se tornar um Pelé, um Garrincha, será possível?
Empreendedorismo é um neologismo derivado da livre tradução da palavra entrepreneursbip. Popularizou-se através da importação do inglês, cuja origem vem de entrepreneur, palavra francesa que era usada no século 12 para designar aquele que incentivava brigas. No final do século 18, passou a indicar a pessoa que criava e conduzia projetos e empreendimentos. Nessa época, Cantillon, que lhe deu o significado atual, o termo se referia a pessoas que compravam matérias-primas (geralmente um produto agrícola) e as vendiam a terceiros, depois de processá-las — identificando, portanto, uma oportunidade de negócios e assumindo riscos. Say foi mais além e considerou o desenvolvimento econômico como resultado da criação de novos empreendimentos.
- Quem na verdade é um empreendedor? Quais são as suas características mais marcantes?
- É possível desenvolver o empreendedorismo? Ou você deve nascer empreendedor?
- Todo empreendedor inventou algo na garagem de casa, quando jovem, e tem uma personalidade esquisita?
- O objetivo de todo empreendedor é ser milionário?
- Fazer um MBA é a melhor forma de se transformar num empreendedor?
George Bernard Shaw, polêmico jornalista Irlandês, que recusou o prêmio nobel de literatura de 1925, disse uma vez “Alguns homens vêem as coisas como são e perguntam por quê? Eu sonho com as coisas que nunca existiram e pergunto por que não?” Essa frase responde todas as perguntas pois ajuda a perceber que os mitos criados em torno do empreendedor são derivadas das atribuições dadas ao que se conquistou sendo um, através de sua personalidade.
Como identificar uma personalidade empreendedora?
O Empreendedor jamais deve cair na zona de conforto, ou seja, acomodado sem visão e nem iniciativa, estando sujeito a não alcançar os objetivos. Entrar antes no mercado, com grande idéia, não é garantia de sucesso. A primeira empresa sinaliza a existência de um mercado altamente convidativo, atraindo concorrentes que poderão dominá-lo. Precisa-se acima de tudo capacidade para levar adiante e obter o máximo de desempenho.
- Autoconfiança: Sentir-se seguro em relação aos seus propósitos, ao seu projeto. Mesmo tendo muitas opiniões contrárias podendo agir com firmeza e determinação para atingir o seu objetivo.
- Automotivação: Não necessita do “empurrão” de outros para se animar. Encontra forças em si mesmo diante dos desafios. Mesmo diante de algum fracasso encontra sempre um motivo para recomeçar.
- Criatividade: Capacidade de encontrar soluções viáveis para solução de problemas. Capacidade de criar novos produtos e serviços. Capacidade de encontrar novos caminhos, novos processos. Tem sempre uma sugestão, mesmo que não seja a melhor.
- Flexibilidade: Pessoas inflexíveis têm muitos problemas para o recomeço quando necessário. A flexibilidade habilita para rever posições, assumir o novo, ceder quando preciso. Ouvir as idéias e sugestões e aceitá-las quando for o caso, mesmo que isso signifique uma grande mudança no projeto.
- Energia: Que tem seu negócio próprio, dificilmente trabalhará oito horas por dia. Serão doze, senão catorze horas de trabalho diariamente. É preciso ter “pique”, muita energia até o negócio poder caminhar sem necessidade de acompanhamento “full time”.
- Iniciativa: Capacidade para agir de maneira oportuna e adequada sobre a realidade, apresentando soluções, influenciando acontecimentos e se antecipando às situações.
- Perseverança: Capacidade de manter-se firme e constante em seus propósitos, porém, sem perder a objetividade e clareza frente às situações (saber perceber limites).
- Resistência à frustração: Este é um item de muita importância no perfil do empreendedor. Não são poucos que abrem um negócio que não tem vida longa. Há sempre um recomeço. Este item está muito ligado à perseverança e a motivação.
- Disposição para assumir riscos: São muitos os riscos que o empreendedor assume ao criar seu negócio. Risco do abandono do emprego, riscos financeiros, riscos psicológicos pela possibilidade de fracassar.
- Metas: devem ser específicas –bem definida, mensuráveis – capazes de se estabelecer um levantamento de conquista, alcançável – algo que seja possível, relevante - que traga satisfação pessoal, temporal – a partir de um prazo preestabelecido.
- Busca de Informações: obtenção de informações de clientes, fornecedores e concorrentes. estudo de como fabricar um produto ou fornecer um serviço, consulta especializada para obter assessoria técnica ou comercial.
- Planejamento e Monitoramento Sistemático: Refere-se ao Planejamento dividindo tarefas de grande porte em subtarefas com prazos definidos. Periodicamente fazer Revisão dos planos levando em conta os resultados obtidos e mudanças circunstanciais.
- A busca de oportunidades e iniciativa: Fazer as coisas antes do solicitado ou forçado pelas circunstâncias. expandindo seus negócios, aproveitando oportunidades fora do comum.
- A exigência da qualidade e eficiência: Significa Encontra maneiras de fazer as coisas melhor, mais rápido mais barato. agir de maneira a fazer coisas que satisfazem ou excedem padrões de excelência, desenvolvendo ou utilizando procedimentos para assegurar que o trabalho seja terminado a tempo e atenda os padrões de qualidade previamente combinados.
- A capacidade de corres riscos calculados: Avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente, age para reduzir os riscos ou controlar os resultados. desafios e riscos somente de caráter moderado.
- A persistência: É agir diante de um obstáculo, repetindo ou mudando de estratégia a fim de enfrentar ou superá-lo. Assumindo responsabilidade pessoal em atingir as metas e objetivos. Jamais confundir Persistência e Teimosia – dentro de um estudo pode-se persistir em busca de objetivos, O teimoso mesmo com informações desfavoráveis continua a insistir em sua atitude imprudente.
- Comprometimento: Fazer sacrifício para cumprir tarefa, esmerar-se em manter clientes satisfeitos.
- Persuasão e rede de contatos: Utiliza estratégia deliberadas para influenciar ou persuadir os outros, desenvolver e manter rede de contatos
- Independência e autoconhecimento: Busca autonomia ,caminha com próprias pernas , mantém ponto de vista ,mesmo diante de resultados inicialmente desanimadores, acredita na própria capacidade. A Auto confiança em demasia gera pré-potência tornando-se prejudicial ao ato empreendedor.
“O empreendedor não faz o que gosta e sim o que precisa ser feito, pois o sucesso está no caminho que ninguém gosta de fazer. Ser empreendedor não significa abrir um negócio, mas tornar-se competitivo, ter condições para desenvolver um potencial de aprendizado e criatividade, junto com a capacidade de implementá-lo em velocidade maior que o ritmo de mudanças no mercado. O empreendedor deve ver sua idéia com distanciamento emocional, de modo a fazer uma análise detalhada dela. Retificando-a afim de aumentar suas chances de sucesso.”
Provérbio chinês: Há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.
Uma história de um empreendedor:
“ A maior parte de vocês já, com certeza que ouviram falar em nomes como Richard Branson, Chip Conley, Anita Roddick.
Estas pessoas, que em criança foram surfistas, criadores de papagaios, desportistas ou até delinquentes juvenis, hoje, devido à determinação, coragem e rebeldia que tiveram, são empreendedores de grande sucesso. Apesar de estarem em ramos de negócio diferentes, todos têm uma característica em comum, foram incentivados por uma ideia ou causa, possuindo visão, paixão, instinto e agilidade.
Apresento-vos então a história de Chip Conley e a sua empresa “Joie de Vivre”. Este nome foi escolhido por Chip Conley, sem que este soubesse qual seria o ramo de atividade em que se queria inserir. Afirmava que, alegria de viver, seria o nome ideal pois era realmente o que procurava na sua vida.
Com 25 anos, Chip começou a construir o plano de negócios de uma empresa de hotelaria, mesmo sem perceber rigorosamente nada deste ramo de actividade. Aos 26 anos, Chip constituiu a sua empresa, Joie de Vivre, alguns anos depois de ter saído da faculdade de Gestão e de ter realizado alguns trabalhos em outras empresas. Farto de andar engravatado, decidiu, fazer alguma coisa que realmente gostasse, enveredando pelo ramo hoteleiro, que por se tratar de um negócio de pessoas, tinha a oportunidade de criar produtos e ambientes que propiciassem, aos seus clientes, a Alegria de Viver.
Um dos pontos que teve a seu favor foi o facto de S. Francisco ter como atividade principal o turismo. A sua intenção era criar um hotel, moderno, onde os seus clientes fossem essencialmente jovens. Após uma extensa procura imobiliária, encontra um motel, Caravan Lodge, que segundo ele era o único hotel onde se poderia organizar festas à beira da piscina (um dos seus sonhos) para além disso tinha taxas de ocupação bastante elevadas… parecia ser um óptimo negócio. É assim que compra a propriedade num bairro obscuro repleto de prostitutas, dealers e chulos… Este foi o primeiro obstáculo que encontrou.
A taxa de ocupação do Caravan Lodge era bastante elevada, pois o antigo dono arrendava os seus quartos às “comerciantes de rua”, como tal, quando Chip conseguiu que saíssem de lá, as taxas de ocupação desceram rapidamente ao ponto de o Caravan Lodge ficar vazio. Num acto de desespero pela sua situação financeira, Chip Conley vai a uma consulta com uma parapsicóloga, que lhe disse que o seu signo, Escorpião, era protegido por Fénix, a ave mítica que renasceu das cinzas. Foi assim que surgiu o nome Phoenix Hotel. O primeiro de muitos hotéis da “Joie de Vivre”, hoje espalhados pelo mundo.
Esta foi a altura em que decide penetrar o mercado das artes e do espectáculo pois, através das suas experiências de vida, teve conhecimento que os músicos, artistas, companhias de dança e teatro e os respectivos acompanhantes tinham dificuldades em encontrar um sítio onde pudessem ficar, acessível e que não fosse de má qualidade. Será que Chip conseguiu atingir esta oportunidade de mercado? O que é que tinha de fazer? Foi aí que, por sorte, aparece Brenda Lee, atriz e Arlo Guthrie, musico que o aconselharam e confessaram o tipo de hotel ideal para eles. Chip tentou adaptar o Phoenix Hotel de maneira a ser o Hotel perfeito para este nicho de mercado. Foi aí que, para o efeito, criou espaços para os artistas pintarem, exposições de quadros espalhados pelo Hotel eftuados por pintores locais, otorrinolaringologistas para os cantores, massagens para os bailarinos, apostou no recrutamento de pessoal de estúdios de gravação e de locais de concertos e na sua especialização, estacionamento amplo e grátis, passes gratuitos para clubes underground, guias escritos pelos seus funcionários sobre os clubes nocturnos. E assim se criou o mais famoso Hotel de Rock and Roll. Graças ao seu produto diferenciador, Chip conseguiu que o nicho de mercado das artes e espectáculo fosse atraído para o seu Hotel.
Fonte:
http://www.creativeblink.com/2008/10/a-historia-de-um-empreendedor/
http://www.nead.unama.br/bibliotecavirtual/revista/adcontar/pdf/adcontar31a4.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Empreendedorismo